Gravataí Implanta Programa “Família Acolhedora” para Garantir Direitos e Afeto a Crianças em Situação de Vulnerabilidade

O município de Gravataí deu um passo importante na proteção de crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade ao implantar, oficialmente em 2025, o Programa Família Acolhedora. A iniciativa, que transforma o acolhimento institucional em uma proposta familiar, busca assegurar o direito à convivência em ambiente afetivo e seguro, conforme previsto no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).

De acordo com a assistente social Cristiane da Rosa, chefe da Divisão da Alta Complexidade da Criança e Adolescente, o programa representa uma mudança de paradigma. “Estamos promovendo uma ruptura com a lógica da institucionalização e fortalecendo uma cultura de acolhimento familiar. O objetivo é proporcionar a essas crianças o que há de mais essencial: o vínculo e o afeto”, enfatizou.

Atualmente, Gravataí conta com cinco abrigos municipais que atendem cerca de 80 crianças e adolescentes. Esses espaços são fundamentais, mas não substituem a vivência familiar. A proposta do Família Acolhedora é justamente oferecer uma alternativa mais humanizada, inserindo os acolhidos temporariamente em lares voluntários, enquanto sua situação é regularizada pelo Poder Judiciário.

Como funciona o Programa

O acolhimento familiar é destinado a crianças e adolescentes afastados do convívio com a família de origem em razão de violações graves de direitos, como violência física, psicológica, abuso sexual ou abandono. Diferentemente do abrigo institucional, onde as crianças compartilham espaço com até outros 15 acolhidos, na família acolhedora elas recebem atenção individualizada.

“O ambiente familiar permite um olhar singular sobre cada criança, possibilitando maior desenvolvimento afetivo e social”, destacou Cristiane. Estudos indicam que o acolhimento institucional pode gerar até quatro anos de atraso no desenvolvimento infantil, reforçando a importância da nova modalidade.

O processo de habilitação inclui entrevista, entrega de documentação, visita domiciliar e participação em uma formação preparatória. As famílias interessadas devem residir em Gravataí há pelo menos um ano, ter mais de 24 anos e não possuir antecedentes criminais. Não é necessário ter filhos ou ser casado.

Além disso, o programa prevê a concessão de uma bolsa-auxílio equivalente a um salário mínimo e meio por criança acolhida, valor que pode ser acrescido em caso de necessidades especiais. “É um apoio financeiro que visa garantir os cuidados básicos, mas o principal é a disposição em acolher, cuidar e amar”, reforçou a assistente social.

Acompanhamento e suporte técnico

Durante todo o período de acolhimento, a família recebe suporte técnico da equipe formada por assistentes sociais e psicólogos, além da supervisão do Poder Judiciário. A guarda é compartilhada entre a família acolhedora e o município, que orienta quanto aos procedimentos legais, médicos e educacionais.

O acolhimento é temporário, com prazo máximo de 18 meses, mas pode variar conforme a situação judicial da criança. O retorno à família de origem ou a adoção são as possibilidades finais. Importante frisar que o Família Acolhedora não é um caminho para adoção direta — caso a família manifeste esse desejo, deve passar pelo processo legal regular, desvinculando-se do programa.

Mobilização permanente

Em 2025, a cidade deu início ao processo de formação da primeira turma, composta por cinco famílias. A expectativa é que, com ampla divulgação, mais moradores se sensibilizem e se candidatem.

“A mobilização precisa ser contínua. Para evitar que crianças sejam encaminhadas a abrigos, precisamos ter sempre famílias cadastradas e habilitadas”, afirmou Cristiane, destacando a parceria com a Prefeitura, o Ministério Público e o Judiciário.

Para se inscrever ou obter mais informações, os interessados podem acessar o site da Prefeitura, onde há um banner com QR Code para pré-inscrição, entrar em contato pelo WhatsApp (51) 3600-7679 ou seguir o perfil oficial no Instagram: @familiaacolhedoragravatai.

A força do afeto

Cristiane fez questão de reforçar que a maior bandeira do programa é o vínculo e o afeto: “Nós queremos que haja apego, que essas crianças sejam amadas e cuidadas. Sabemos que o rompimento, ao final do acolhimento, pode ser doloroso, mas acreditamos que essa experiência é transformadora, tanto para quem acolhe quanto para quem é acolhido.”

A iniciativa se apresenta como uma oportunidade não apenas de proteger, mas de transformar vidas. Como sintetiza a coordenadora: “O amor salva. O amor tem um grande potencial, e nós acreditamos nisso”.

Serviço:

➡ WhatsApp: (51) 3600-7679

➡ Instagram: @familiaacolhedoragravatai

➡ Site: Prefeitura de Gravataí

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